quinta-feira, 18 de abril de 2013

Síndrome da amnésia

Velhas lembranças que eu já tinha esquecido querem reaparecer agora na minha mente. Outrora a ferida ainda por sarar era a marca escondida que eu carregava no peito. Coloquei um penso físico numa marca emocional. Sem efeito. Bastavam leves lembranças para a ferida de novo abrir. Gritei por ajuda - "toca-me a ferida!" - e ela pareceu tardar - "está alguém por ai?" - na longa noite escura experimentei perguntar. Longas horas, longos dias, longos meses silenciosos até ser tocada por quem sabe iluminar as noites da alma e preencher os vazios dos corações. Outrora olhava para trás com uma ferida aberta que sangrava. Hoje valorizo cada momento. Sorrio porque não estou mais presa a uma cicatriz antiga. Uma nova pele formou-se sobre o antigo buraco. Mas ainda que a cicatriz desenhada insistisse em ficar, seria a prova da minha luta e sobrevivência. Abro o baú das memórias e não sofro. Sorriu e agradeço pelos degraus da escada que subi. Sinto-me extremamente forte e ouso repetir a célebre frase: "o que não nos mata, torna-nos mais fortes". Eu sou a prova!

[Direitos reservados - Caderno de L.A.]


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