sábado, 15 de fevereiro de 2014

Mundo desconhecido

Dentro de ti encontro um mundo desconhecido. Arrisquei entrar e deixar-me perder. Despertas em mim algo que desconhecia. Preciso entrar nesse mundo para conhecer-te por dentro. Ver um mundo escondido invisível aos olhos humanos, um misto de mistério e suspense. Conta-me a verdade sobre esse teu mundo. Ouso entrar e conhecer o teu interior.


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Ao teu lado aprendi

És a personagem principal da minha novela. És o motivo pelo qual aprendi a amar mais e melhor. Ao teu lado aprendi muito mais do que aprenderia sozinha em anos. Admiro a tua forma de ser desapegada para com o que pouco importa; amante daquilo que é importante. Quero ser parte do que te é especial ser o motivo do teu carinho, a princesa do céu que desceu para encontrar o seu príncipe cavaleiro. Segura-me com os teus braços, aperta-me para junto de ti. És quem eu preciso para completar esta história.


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Numa manhã de domingo

Pelas duas horas duma madrugada invernosa de Janeiro, deitada sobre a cama aconchegante, despertei sem motivo aparente. Ao olhar para os ponteiros do relógio calculei que faltavam menos de sete horas para o ver. Sentia sono mas não consegui voltar a adormecer. Quando os ponteiros do relógio marcaram a hora em que eu planeara acordar, levantei-me e comecei a executar a missão. Após vestir-me apropriadamente (com o vestido comprado no dia anterior), saí de casa fechando a porta atrás de mim. A escuridão era imensa apesar de já serem sete horas. O frio e o vento eram como vultos que passavam a correr pelas ruas iluminadas somente pela luz dos poucos candeeiros que havia. O cacilheiro transportou-me para a outra margem do rio. Sentia-me confiante e serena. 



O plano não poderia falhar já que o projetara desde o inicio da semana. Minutos mais tarde entrei no comboio e reparei que pelas janelas de vidro duplo podia ver o céu com uma nova tonalidade. Já não era mais o negro, passando a ser um azul como se esbatido numa tela de cor branca. Caminhei em passos largos em direção ao destino. Subi as escadas e entrei pela porta da casa que alguém já me tinha feito o favor de a abrir na hora por nós combinada. Entrei sem fazer barulho no quarto escuro e apontei a fraca luz que levara comigo em direção ao sujeito da minha atração. Sorri ao pensar “aqui está ele”. Só me faltava acordá-lo de uma forma bondosa e amorosa. Levantei os cobertores enquanto me atrevia a encostar ao de leve no seu corpo. Ele acordou abruptamente sem identificar a minha identidade, confundindo-me com um fantasma materializado, mesmo após me esforçar para fazê-lo acreditar que era eu mesma. Os leitores podem achar um tanto hilariante mas confesso-vos que foi deveras difícil convencê-lo disso. Lembremo-nos que a luz permanecia apagada e foi em certa parte compreensível o seu choque ao me ver àquelas horas de uma manhã de domingo. Depois de um misto de incredulidade lá consegui deitar-me ao seu lado e aquecer o meu corpo no dele. Beijámo-nos no silêncio da escuridão e amámo-nos romanticamente. Ofereci-lhe uma rosa vermelha com alguns dizeres que expressaram o meu afeto. Uma pequena história para recordar. 


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Uma rosa de cor escarlate



Era uma vez uma flor que vivia num extenso campo verdejante, junto a outras inúmeras flores dos mais variados aspetos e tonalidades. Era uma vez uma miúda que gostava de observar, cheirar, tocar, regar, cuidar de cada uma delas, individualmente. No entanto havia uma pela qual nutria mais estima: a rosa de cor escarlate. Sempre que a rapariga aproximava-se para mostrar o seu afeto, regressava para casa com as mãos ensanguentadas. A rosa picava-lhe. A dor era imensa, mas a rapariga continuava a amar aquela sensível mas espinhosa rosa. Ela questionava o porquê de a rosa lhe picar quando apenas queria o seu bem. Um dia, após uma grande luta interior ela tomou a decisão de afastar-se da flor pois a dor tornara-se insuportável. Ao caminhar pelo jardim encontrou um homem alto e esbelto com um enorme sorriso aberto que apresentou-se como sendo o jardineiro responsável pelo crescimento e saúde das flores desse jardim. Ela perguntou-lhe o porquê de algumas flores permanecerem espinhosas magoando os seus amantes, enquanto outras não possuíam espinhos.

- “Há um tempo próprio para todas as coisas” – respondeu-lhe o jardineiro.

Passado o tempo determinado, o jardineiro começou a cortar os espinhos da rosa vermelha. Um a um, até que esta, outrora conhecida por rosa espinhosa, passou a ser uma rosa diferente, saudável e bonita! Aliás, a mais bonita! Depois dessa novidade, a rapariga que passeava pelo jardim, correu ao encontro da flor e sorriu-lhe. Ela sabia que nunca mais seria magoada. Pegou-a com cuidado e amou-a. Amou-a com um amor genuíno que outrora tentara demonstrar.  

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