sábado, 15 de fevereiro de 2014

Uma rosa de cor escarlate



Era uma vez uma flor que vivia num extenso campo verdejante, junto a outras inúmeras flores dos mais variados aspetos e tonalidades. Era uma vez uma miúda que gostava de observar, cheirar, tocar, regar, cuidar de cada uma delas, individualmente. No entanto havia uma pela qual nutria mais estima: a rosa de cor escarlate. Sempre que a rapariga aproximava-se para mostrar o seu afeto, regressava para casa com as mãos ensanguentadas. A rosa picava-lhe. A dor era imensa, mas a rapariga continuava a amar aquela sensível mas espinhosa rosa. Ela questionava o porquê de a rosa lhe picar quando apenas queria o seu bem. Um dia, após uma grande luta interior ela tomou a decisão de afastar-se da flor pois a dor tornara-se insuportável. Ao caminhar pelo jardim encontrou um homem alto e esbelto com um enorme sorriso aberto que apresentou-se como sendo o jardineiro responsável pelo crescimento e saúde das flores desse jardim. Ela perguntou-lhe o porquê de algumas flores permanecerem espinhosas magoando os seus amantes, enquanto outras não possuíam espinhos.

- “Há um tempo próprio para todas as coisas” – respondeu-lhe o jardineiro.

Passado o tempo determinado, o jardineiro começou a cortar os espinhos da rosa vermelha. Um a um, até que esta, outrora conhecida por rosa espinhosa, passou a ser uma rosa diferente, saudável e bonita! Aliás, a mais bonita! Depois dessa novidade, a rapariga que passeava pelo jardim, correu ao encontro da flor e sorriu-lhe. Ela sabia que nunca mais seria magoada. Pegou-a com cuidado e amou-a. Amou-a com um amor genuíno que outrora tentara demonstrar.  

[Direitos reservados - Caderno de L.A.]

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